“STAR WARS – THE LAST JEDI” (“Os ÚLTIMOs JEDI”) Rian Johnson (2017) EUA | Universos Esquecidos

AI JISÚS…

A gente percebe que o Star Wars agora é da Disney quando num momento de tensão dramática a heroína antes de mais (assim do nada para inicio de conversa) pede ao vilão para colocar uma blusa por cima do seu tronco nú porque pelo visto faz-lhe confusão confrontar o homem assim despido…
(!!!!)
Ou seja… a Força é forte com esta miúda, excepto se o Lado Negro da Força andar em tronco nu. Ta resolvido. Para ganharem a guerra na Nova Ordem é só colocarem todos os stormtroopers em tronco nu porque 99% das raparigas rebeldes irão ficar todas confusas e já nem vão conseguir lutar nem nada.
Alguém na Disney deve ter notado que -era imoral- usar aquele take com o Kylo Ren sem camisa e algo me diz que inseriram aquela linha da Rey à pressa para não ofender os gringos moralistas fofinhos da terra do Lord Sith Trump.

**Ao contrário do que é costume, esta review poderá conter alguns spoilers menores.**

A IDADE ADULTA

Eu nem era para escrever sobre [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] até porque estava perfeitamente convencido de que o filme ia ser uma treta mas não posso deixar de expressar por aqui aquilo que penso sobre esta nova space-opera, especialmente porque fiquei mesmo muito surpreendido com certas reacções negativas que têm surgido sobre este novo capítulo; episódio este que para minha grande surpresa é bem capaz de ser o terceiro melhor filme de toda a saga STAR WARS. Se é que até nem será melhor que THE EMPIRE STRIKES BACK e tudo.
Por uma simples razão. STAR WARS cresceu.
O que não deixa de ser algo estranho para se dizer num filme que ainda por cima é da Disney e está carregado de criaturas fofinhas e momentos de aventura puramente infanto-infantil practicamente espalhadas pelas cenas todas.

Se tiverem mais de 40 anos ( e principalmente tiverem visto o filme original no cinema em 1977 ) ignorem todo o bad-hype e má lingua ou opiniões negativas que encontrarem pela net. Especialmente aqueles videos desesperantes dos teen nerds americanos que andam a gritar que lhes destruíram o Star Wars com este extraordinário e surpreendente capítulo.
 Star Wars foi destruído sim senhor.
E ainda bem !
Estava mais que na altura de alguém tentar dar vida nova a este conceito que há muito já estava morto e enterrado. E não podendo fazê-lo injectando mais imaginação em termos narrativos ou conceptuais a Disney teve a coragem de tentar apresentar mudanças na forma como desenvolveu os novos personagens e principalmente também como modificou este universo tornando-o mais adulto e bem mais próximo do tom “sério” original, sem perder no entanto a magia ou negar o que se pode fazer hoje em dia em termos de criação de mundos imaginários.

O LADO CINZENTO DA FORÇA

Anteriormente um universo de contos de fada tão ao gosto dos gringos onde tudo era muito bem explicadinho e os coitadinhos percebiam muito bem quem eram os bons e os maus, agora passou a ser um local bem mais real; um universo onde o mal e o bem não estão definidos em lados mas naquilo que cada pessoa de cada lado poderá fazer com o poder que tem nas mãos.
Star Wars com [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] deixou de ser uma space opera simples ao estilo anos 30 para ser algo muito mais complexo e particularmente moderno na forma como passa para aquele universo de fantasia tudo o que está reflectido no nosso próprio mundo actual sem no entanto entrar pelo caminho rídiculo de Star Trek onde tudo é metáfora politica e social “relevante”. [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] mantém a sua identidade enquanto aventura passada a long time ago.

E é isto que está a deixar baralhado os nerds do Star Wars, as crianças de trinta anos que se vestem de stormtrooper e brincam com espadas luz de plástico e os fanáticos da religião Jedi do Reino de Deus que insistem em que tudo permaneça imaculado como se Star Wars fosse algo mais do que apenas uma história. Aposto em como pelo menos 99% desta malta é tudo pessoal abaixo dos 30 anos pois embora nem toda a gente seja obrigada a gostar do mesmo, pelas opiniões de amigos meus que tal como eu viram o Star Wars original no cinema em 1977 quando eram crianças as reacções a [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] têm sido extremamente positivas e entusiasmantes até. Dos meus amigos pessoais até agora ainda não encontrei um único que não tivesse adorado e ficado tão surpreendido com o rumo que isto tomou quanto eu fiquei.
Toda a gente ficou muito surpreendida pela positiva. Especialmente eu.
 Star Wars precisava de uma mudança de cara assim.

MORTO E (quase) ENTERRADO

Star Wars é um conceito esgotado há muito. Tal como ficou logo bem demonstrado no inócuo e aborrecido O REGRESSO DE JEDI em 1984, depois de O IMPÉRIO CONTRA ATACA em termos de imaginação não havia muito mais que se pudesse espremer do conceito original.
Star Wars na sua essência foi sempre aquela space-opera em estilo anos 30 que George Lucas quis homenagear e também por isso sempre teve nesse detalhe o seu calcanhar de Aquiles. O que define o género da space-opera desde que foi inventado em 1930 foi sempre o facto de contar histórias de aventuras muito simples e como tal essa simplicidade implicou sempre uma inevitável repetição quando se tentava esticar cada conceito nas historias novas com os mesmos personagens.

Ora mais repetição sem um pingo de imaginação do que em STAR WARS é impossível. Por mais que tentassem não há escapatória e Star Wars logo se revelou como sendo uma sucessão de histórias de guerra no estilo segunda guerra mundial mas passadas no espaço e a partir daí por mais que houvesse tentativas de dinamizar o conceito a coisa tem sempre que andar à volta da Força, do Império, dos Rebeldes, das lutas com espadas laser e das aventuras tipicamente segunda guerra mundial com a sua estrutura repetida até à exaustão onde a Força é sempre a mesma treta, os duelos de espadas luz sempre iguais, a estrutura “do suspense” idêntica, etc. Até porque tem que ser assim pois como bem se vê com a inovação de [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] qualquer tentativa de mudar o que quer que seja ou amadurecer o conceito fará (particularmente nos States) com que as crianças de barba rija chorem pela sua infância perdida.

É esta simplicidade que os nerds, principalmente millenials alimentados a video games querem ( a mesma simplicidade dos decepcionantes comics SW também ( em estilo Super-Herois) ) e por isso [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] está a ser tão atacado pelo Youtube a fora por gente que nem era nascida quando o primeiro filme apareceu e essencialmente tudo o que têm de referências sobre ficção-científica é apenas baseadas nas modas e hypes actuais que variam consoante a campanha de marketing para enganar teens em vigor nessa semana ou no que estiver a ser cool fazer no youtube.

Antigamente tudo era simples porque os bons usavam branco/castanho e por isso tinham de ser bons e os maus usavam preto/vermelho e por isso tinham de ser maus, agora com [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] tudo se tornou muito mais adulto.
Não só o próprio Yoda tem um momento genial quando refere que as pessoas deviam deixar de dar tanta importância a livros supostamente sagrados de modo a pensar mais pelas próprias cabeças e ter atenção nas suas acções individuais; como se demonstra também que naquela guerra entre rebeldes e impérios na verdade apenas quem luta dará qualquer importância ao aspecto politico da coisa.

Isto porque como se começou a demonstrar nesta nova trilogia Disney com EP VII e continua agora muito bem em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] parece que nos vários planetas do universo a vida decorre normalmente independentemente das políticas e guerras exteriores entre facções políticas em confronto.
Tal como nós aqui em Portugal pouco nos importa que andem todos os dias à porrada na Faixa de Gaza pois isso não nos afecta o dia a dia directamente, foi um choque para os nerds perceberem que agora em Star Wars o “universo bom” não está todo dependente do facto dos Rebeldes andarem algures à porrada com uns gajos que mandam por ali no universo pois practicamente nenhum cidadão comum se importa com isso enquanto vive a sua vidinha num planeta recondito desde que ganhe algum guito para sobreviver.
Antigamente Star Wars era infantil. O universo bom cheio de Rebeldes bons lutava contra o universo mau cheio de gajos muito maus porque sim.
Esta estrutura de conto de fadas datada acabou em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ].
E estava mais que na hora disso acontecer.

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE JEDI  

Ou seja, os rebeldes em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] deixaram de repente de serem heróis românticos e passaram apenas a ser representados como uma facção politica que se opõe pela força ao status-quo estabelecido.
E nada representa melhor isto do que a atitude de Luke Skywalker nesta história quando ele próprio admite que os Jedi são tão falíveis quanto qualquer membro do suposto lado negro da força.
HERESIA gritam os nerds da Igreja Universal do Reino de Jedi, destruíram a nossa infância ! Os Jedi são lindos, são cavaleiros do bem que lutam contra cavaleiros Sith do Mal; não são seres humanos torturados pela indefinição e pelas consequências das suas próprias acções como aparece representado em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] .
A cena em que Luke tenta matar Kyle Red por precaução é bem a representação de que a ideia romântica dos Jedi que foi essencialmente construída por prequelas idiotas infantis ou por argumentos ainda mais lineares nos videogames e principalmente nos comics gringos se calhar já merecia uma actualização dentro de um contexto mais adulto pois de outra forma, a fórmula iria repetir-se até ao infinito a partir de agora.

Até porque se virem bem no original de 77 toda a breve mitologia narrada por Ben-Kenobi sobre o passado aponta para um universo bem mais adulto do que o que foi mostrado nas prequelas e por isso toda aquela infantilização é uma consequência directa da estupifidicação das audiências a partir dos anos 90 e do domínio dos comics e videogames formuláticos americanos.
Não será por acaso que o cinema pipoca Hollywoodesco se tornou cada vez mais vazio e repetitivo, já que os estúdios nas últimas décadas criaram um par de gerações de short-attention span onde ninguém precisa de interpretar nada para acompanhar as historias que lhes impingem, desde que o produto venda, como se pode bem ver pela “shaga” Transformers e todo o seu sucesso comercial, para nem falar do vazio plástico absoluto que infesta o cinema de super-herois actual em particular o da DC que é quase mau de mais para ser verdade. Star Wars corria o risco de se tornar também num franchising tão vazio assim e como tal a Disney está a ter a atitude certa quando tenta ir por uma direcção mais dramática e adulta.

A ideia mais madura que já estava subjacente no próprio conceito original de Star Wars em 1977 ( e continuou em The Empire Strikes Back )reapareceu agora de novo finalmente em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] ( depois de já se ter vislumbrado em EP-VII anteriormente ( e até em Rogue One ) ) ; e como tal, voltamos a ter novamente um filme divertido que não precisa de ser apenas um enorme videoclip para vender brinquedos como foram as terríveis prequelas mas tem realmente algo mais a acrescentar a um universo que poderia ter continuado tão estúpido e esgotado como os fundamentalistas teens hoje parecem apregoar querer que volte a ser e no entanto houve coragem por parte da Disney para tentar ir mais além e trazer o espírito original de 1977 de volta finalmente pois já tardava.

DISNEY SURPREENDENTEMENTE CORAJOSA  

E aposto que a Disney percebeu isso muito bem. Se a Disney quer espremer STAR WARS pelas próximas décadas, sabe perfeitamente que mesmo que os nerds que agora são teenagers frustados e adultos sem vida própria para lá da “igreja” gritem a plenos pulmões TRAIÇÃO, o que começou a ser feito em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] é a direcção certa para dar nova vida ao universo que não pode continuar a depender do concept design para se manter viva em cada novo filme.

Desde há muito que imaginação no universo Star Wars é confundida com design e ilustração. Como ninguém tinha coragem de mudar a formula básica original a única forma de enganar os putos e os nerds era atirar cada vez mais concept design fantástico para o ecran (gerando videogames ainda mais debiloides e básicos (mas visualmente cheios de pinta)) e vai daí toca a encher Star Wars de naves, Aliens, gadgets e tudo o mais de forma a tentar passar a ilusão de que esta saga tinha algum poder imaginativo quando no seu centro já não tinha mesmo mais nada para dar do que ser uma má imitação “cinematográfica” de um mau videogame estereotipado.
[“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] veio finalmente quebrar essa tradição.

CONCEPT DESIGN VS IMAGINAÇÃO

[“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] até tem a coragem de ser o Star Wars menos “desenhado” dos últimos anos. Tem muito menos paisagens, mundos novos e hardware impressionante que tudo o que tem aparecido desde as prequelas e foca-se principalmente nos personagens humanos desta vez.
Embora em termos de cor seja uma verdadeira obra prima na forma como define ambientes pela simplicidade de formas e estruturas usando apenas, luz cor e sombra.

No entanto não tentam maravilhar o espectador pelos efeitos a todo o instante. Estão apenas lá.  Nem BB-8, ( nem Chewie ) nem os novos bonequinhos fofinhos estão neste filme para serem o centro das atenções e percebe-se perfeitamente que a ideia seria mesmo a de se focarem não só no desenvolvimento de personagens como também em mostrarem que este universo está cada vez mais real no sentido em que não precisa de deslumbrar visualmente a cada instante quando precisa sim de deslumbrar pelo drama e pela caracterização de personagens.
Neste aspecto [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] acertou em cheio.
E por isso a “nerdagem” entrou em histeria !

UNIVERSO ADULTO NUMA GRANDE SPACE OPERA

Os Rebeldes compram armas aos mesmos fabricantes onde a Nova Ordem vai comprar as bombas e naves também ?!!
Há gente a fabricar armas e a enriquecer com isso no universo infantil Star Wars vendendo armas aos dois lados ?!!
Há mais do que dois lados ?!!
Quem são os bons ?
Quem são os maus ?!!
Quem são os outros ?!!
Podem queimar-se livros religiosos “Jedi” sem qualquer importância ?!!
Há planetas onde pouco importa quem manda no universo ?!
O “bem” e a estabilidade nos planetas não depende da vitória dos Rebeldes ( que são sempre tão bonzinhos ) ?
O Luke Skywalker tem dúvidas e falhas humanas mesmo usando a Força ?!
Valha-me São Jedi !!
Sacrilégio !

[“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] enquanto filme é um grande filme. Não será uma obra prima do cinema, mas enquanto Space Opera é realmente uma excelente tentativa de trazer o género para um público mais adulto; isto independentemente da pirotecnia que precisa continuar a ter para divertir todos os tipos de audiências também em termos de cinema pipoca claro está.

O universo desta saga nunca pareceu tão real e subitamente o espectador já não sabe bem se esta coisa dos Rebeldes afinal terá sido uma boa ideia pois como está muito bem reflectido na cena em que Kylo Ren obtém o poder se calhar apesar do tipo ser maluco e frustrado ( culpa do Skywalker ( sacrilégio ! ) ) a ideia de haver um governo central diferente nas suas mãos até nem poderá ser tão má ou gerar resultados tão diferentes assim de serem os rebeldes a chegar ao poder.
Conceito que também é detalhado por Skywalker quando coloca em causa a utilidade dos Jedi.

Mas o prego no caixão de tudo o que era até hoje pensamento linear infantil nesta saga entra depois com Yoda, quando este confirma que esta coisa –do que está certo– pouco resulta das vantagens de seguir qualquer -“religião verdadeira”- mas tem mais a ver com a forma como as pessoas individuais utilizam a Força natural que existe a toda nossa volta no universo. Será apenas a sua utilização que define qualquer um dos lados para lá dos logotipos políticos ou de conceitos simples e redutores como “bem” e “mal”.
A sequência com o Yoda e os “livros sagrados” é o equivalente num filme comum a aparecer uma cena com o Papa a queimar uma Biblia explicando que aquilo não passa apenas de um monte de papel quando a verdadeira reverência a um Deus estará nos actos de cada um e não na adulação de objectos simbólicos independentemente do conteúdo filosófico subjectivamente útil que contenham e foi genial !
Só estes minutos valem o preço do bilhete.
A cena com Yoda é uma das melhores de toda a saga, tem parelelos com The Empire Strikes Back e ainda por cima voltaram a utilizar o boneco em vez de a terem filmado totalmente com CGI ! Cinco estrelas.

SACRILÉGIO gritam os nerds. É a negação de tudo o que foi canônico em Star Wars até aqui !!
Não é não, é a evolução natural se a Disney quiser começar a atingir um publico mais adulto que cresceu realmente com Star Wars quando este ainda não era apenas um produto para vender tretas a putos.
E se pelo meio tiver que chatear os millenials todos que seja pois a boa ficção cientifica foi sempre interventiva em termos de conceitos e [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] é o primeiro passo para que esta saga um dia destes consiga mesmo se tornar em boa ficção-cientifica para lá de já ter sido excelente space-opera clássica e agora ter começado a demonstrar o seu verdadeiro coração dramático, de uma forma tão inesperada que irrita por demais a nerdagem imatura toda que pedia mais do mesmo até à exaustão numa fórmula infantil que nem em videogames já resulta; como está bem demonstrado nos últimos e horrorosos jogos da PS4 Battlefront I e II que no entanto são bem o espelho do tipo de conteúdo que os nerds da religião Jedi dos Últimos dias querem continuar a ver em Star Wars pois os cérebrozinhos não conseguem processar mais do que aquilo alimentados a dietas de blockbusters da semana por Hollywood desde há pelo menos duas décadas de estupifidicação cerebral de plateias “americanizadas”.

Os videos idiotas que infestam actualmente o Youtube feitos por virgens Jedi ofendidas dissecando cada detalhe do filme negativamente comparando-o com o que “deveria ter sido” são simplesmente o exacto espelho da infantilidade de um certo estilo de “FANBOYS“, que já virou praga na internet; pois certamente muito mais gente compreendeu e gostou do filme mas o que se vê pela net essencialmente é sempre a negatividade perante seja o que for pois quem gosta não se dá ao trabalho de andar pela net armado em Troll.
Há videos onde até os nerds afirmam que divertida cena em que BB-8 repara o caça de combate à cabeçada é um insulto ao espírito da saga o que não só é hilariante como demonstra muito bem que estes tristes nem devem ter reparado que na trilogia original Han Solo também reparava o Millenium Falcon ao murro por exemplo.
Star Wars é para ser uma fantasia. Stop. Neste contexto até as prequelas terão pontos válidos apesar de toda a sua infantilidade. Não suporto esta nerdagem que disseca até os trailers dos filmes dando-se ao trabalho de fazer videos atrás de videos com teorias da conspiração sobre cada frame e depois são os primeiros a atacar o filme quando sai porque este não tem nada a ver com o que imaginaram.

Como alguém já disse: – Ninguém odeia mais Star Wars do que os próprios fãs; (“FANBOYS“) de Star Wars. E como esta frase resume tão bem tudo o que de estupidamente polémico parece envolver este novo e excelente filme que acima de tudo é um excelente objecto de cinema comercial.

DRIVER & HAMILL

Para minha grande surpresa gostei de practicamente tudo em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] , a começar pelo desempenho de Adam Driver.
O seu Kylo Ren é para mim o melhor vilão de sempre em Star Wars; não só pela complexidade e humanidade do personagem evidenciada neste novo filme, como principalmente pela prestação de Adam Driver pois ele é um actor do caraças e está absolutamente fantástico nesta sequela.
Consegue passar do humor mais negro ao drama numa fração de segundo sem nunca parecer que existe um actor por detrás daquela composição. A sua interação com Rey neste capítulo também foi uma óptima jogada em termos de argumento ( se esquecermos o puritanismo sexual Disney naqueles breves segundos absolutamente rídiculos ) até porque Daisy Ridley está cada vez melhor como Rey quando lhe dão bom material para representar como é o caso.

Mark Hamil apesar de já ter vindo a público dizer que não concorda plenamente com o rumo do seu personagem, não deixou por isso de ter um desempenho absolutamente fantástico e pessoalmente adorei o desfecho para Luke Skywalker; ( inclusivamente adivinhei logo o que ia acontecer no fim, mal o vi chegar com o penteado antigo dos anos 80 ). O seu momento ao reencontrar R2-D2 é mágico pela ideia que tiveram na forma como R2 o convence a regressar à luta. Um dos melhores momentos do filme.

O resto dos personagens penso que estão a evoluir a olhos vistos, Poe e Fin estão cada vez mais consistentes apesar de aqui não serem o centro das atenções. Muita gente não gostou muito do segmento passado no planeta casino mas eu gostei. Até a excessiva sensação Disney com os bichos fofinhos não me chateou muito, precisamente porque essas cenas serviram para mostrar que a galáxia não está dependente de quem estiver no poder para continuar em frente e tudo no fundo se resume mais a jogos politicos do que propriamente a actos heróicos entre o bem e o mal; outra coisa que chateou os nerds fanáticos que preferiam coisas mais simples que se percebesse melhor e tal.
A breve introdução das crianças dos estábulos achei o máximo e também fiquei com a sensação de que estas sequências têm por aqui um propósito bastante interessante para o futuro desta saga. E também curti a personagem da Rose pois acho que a química com Fin é do melhor.  Benicio Del Toro teve piada embora o seu personagem não sirva para muito. Só gostava que tivessem dado mais destaque à Capitã Phasma e aqui penso que foi muito pouco utilizada.

Achei piada a uma inesperada Laura Dern que tem aqui um bom personagem ao estilo Leia versão 2.0 e não me chateou minimamente aquela sequência em que Leia usa a Força para voltar à nave. Meio mundo nerdico anda em estado de choque com o estilo visual da sequência comparando-a depreciativamente com Mary Poppins mas acho uma absoluta idiotice. [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] mostrou-nos uma nova vertente da Força e nada obriga a que Leia não tivesse uma forma mais intimista de a usar e conseguisse fazer algo da maneira que aparece no filme. Eu curti.
Aliás Carrie Fisher tem aqui em [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] uma despedida pela porta grande pois a sua Leia mais uma vez está excelente em todo o contexto.

THE FORCE IS STRONG WITH THE LAST JEDI

Resumindo…
Está mais que visto que STAR WARS agora nunca mais irá ter um herói em tronco nú pois parece que essa pornografia pode criar sérios problemas piscológicos na Força quando as raparigas têm que confrontar os vilões e estes não usam camisa.
Star Warzzz…zzz..zzz, meus amigoszzz…zzz.
Para lá desse estúpido púdico momento de censura,  já se percebeu no entanto que temos Star Wars para maiores de 12 anos o que vai complicar a vida a muito puto de trinta e por isso podem chorar à vontade.

[“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] não será uma obra prima do cinema, mas tem uma excelente montagem, um inesperado argumento muito bem construído, grande carga dramática a nível de personagens, um sentido de humor brilhante e acima de tudo uma narrativa muito bem equilibrada que consegue passar do drama à comédia e vice versa em segundos sem nunca perder a identidade ou tornar-se ridícula.

Tem também a melhor sequência de sempre com sabres de luz; o que para alguém como eu que odeia a treta das cenas com espadinhas luminosas e já não as podia ver pela frente, poder agora escrever aqui uma coisa assim é obra.
Mas a sequência é realmente fabulosa, até pelo jogo psicológico dos personagens no momento. É assim que se escreve uma cena de acção.
Eu que já não podia com as cenas de porrada estilizadas em estilo ballet luminoso envolvendo espadinhas de luz estou a adorar o tom visceral e violento destas novas coreografias da era Disney. É assim que se faz.

A realização é também muito boa, tem imensas influências de um certo cinema oriental clássico e todas as sequências de efeitos e acção divertiram-me imenso. Adorei o estilo retro das batalhas espaciais, tanto no bombardeamento assumidamente segunda guerra mundial do inicio como na perseguição de “navios corsários” a meio do filme quando os rebeldes escapam.  Essencialmente não esperava que [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] fosse tão bom. Além disso é acima de tudo um filme que não se leva a sério pois goza consigo próprio em muitos momentos e isso terá sido o pior dos seus pecados aos olhos da malta fundamentalista Jedi de sofá. Adorei o que Skywalker faz com o seu lighsabre logo ao início. SACRILÉGIO !!!
Aliás se este filme tem uma coisa logo boa à partida são os momentos inesperados, tanto a nível de gags como no que toca a reviravoltas na própria história.
Venha o IX.

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CLASSIFICAÇÃO

Parabéns à Disney pela coragem de modificar tudo o que já estava a ficar esgotado em Star Wars.
Agora só precisa de deixar as tretas púdicas de lado e temos SW para o futuro pois o caminho para a falta de imaginação passa pelo que fizeram aos personagens neste capítulo.

Enquanto SW [“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] é um dos melhores e mais inovadores desde THE EMPIRE STRIKES BACK e pode agradecer isso um argumento realmente corajoso, aliado a excelentes prestações dramáticas de Mark Hamill e Adam Driver que brilham no filme em todas as cenas e iluminam o ecran sempre que estão em cena.
Esquecendo que isto será Star Wars há por aqui uma excelente tentativa de se produzir cinema pipoca adulto que resultou numa surpreendente modernização do género space-opera dos anos 30 de uma forma que não é nada fácil conseguir fazer.   Especialmente hoje em dia onde este tipo de coisas já parecia tudo igual.
Está mais que na altura do cinema pipoca deixar de ser infantil e voltar a ser acima de tudo bom cinema para todas as idades e este filme é um excelente primeiro passo nesta direcção.
É mesmo muito bom. Ignorem os putos, virgens Jedis ofendidas e as idiotices negativas.
Isto é cinema pipoca de qualidade.

Cinco Planetas Saturno e um Gold Award

Leva o Gold Award pois não estava realmente à espera que fosse tão bom e o tom fosse tão adulto no que realmente interessa. Focou-se nos personagens e não apenas nos gadgets e isso para uma space opera comercial como SW foi uma verdadeira aposta ganha independentemente do que os nerds e virgens Jedi ofendidos gritem a plenos pulmões pelo youtube fora.
Acreditem-me, se vocês tiverem mais de 40 anos , tiverem visto o Star Wars original no cinema e apanhado também com aquele impacto inesquecível na altura, irão muito provavelmente compreender perfeitamente o que a Disney tentou fazer com este capítulo e gostar tanto disto quanto eu surpreendentemente gostei.
Só espero que as criticas e choramingues infantis dos nerds todos agora não queira dizer que a Disney se acobarde e regresse ao estilo infantil para putos estúpidos no próximo filme. Agora há que seguir em frente e o caminho é mesmo este.
[“STAR WARS – THE LAST JEDI” ] é mesmo muito bom e recomenda-se por completo.
Como space-opera clássica é do melhor.

A favor: os personagens, o equilíbrio fabuloso entre o drama e a comédia, as sequências de acção em estilo retro, o estilo Disney fofinho não atrapalha nada tudo o resto, tudo o que envolve Kylo Ren e Luke Skywalker não podia ter resultado melhor, Yoda e as suas criticas “anti-bíblicas”, as referências anti-guerra, todo o universo SW está mais adulto, já não há bons nem maus apenas pessoas e a forma como utilizam o poder, é uma aventura divertidíssima e um filme muito diferente do EP VII anterior o que não podia ter sido melhor. Adorei os bichos fofinhos todos e a interação de Chewie com um deles é muito divertida.   As sequências com o Millenium Falcon. A batalha final e a forma como se joga com as cores da paisagem é notável.

Contra: mas que merda de puritanismo Disney foi aquele com a treta da Rey pedir ao Kyle para vestir uma blusa porque estava de tronco nu e isso afectava-a na confrontação ?!! WTF ?!!
Os argumentos debiloides “dos fãs” que claramente não perceberam puto do que viram e agora trollam toda a net gritando que esta excelente space opera deveria ser refeita do zero porque ofende o espírito Jedi… Get a life nerds.

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NOTAS ADICIONAIS

TRAILER

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EXCELENTEs REVIEWs de Chris Stuckman.
Não podia concordar mais com (quase) tudo o que ele também diz sobre o filme.
Recomendo vivamente que vejam os DOIS videos seguintes.