“GEOSTORM” (“GEOSTORM” / “GEOSTORM TEMPESTADE GLOBAL”) Dean Devlin ( EUA) 2017

A crer no que se escreveu por aí sobre [“GEOSTORM“] eu próprio estava convencido que jamais iria colocar os olhos nesta coisa. E aqui mais uma vez se demonstra o quanto a pirataria vende filmes.
Não fosse a pirataria eu agora não teria comprado o bluray disto pois normalmente só com uma arma apontada é que eu me aproximo do cinema-catástrofe Hollywoodesco associado ao nome Roland Emmerich.
Sim eu fui a correr comprar este filme depois de o ter visto. E só tenho pena de mais uma vez tal como aconteceu com o excelente e muito substimado “GODS OF EGYPT” eu ter acreditado no que as más reviews dizem sobre ele e não o ter ido ver ao cinema.

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Eu sei que tudo me diz que eu não deveria ter gostado de [“GEOSTORM“] mas achei-o absolutamente divertido e particularmente surpreendente até em muitos aspectos de que não estava nada à espera.
Por outro lado “percebo” o ataque cerrado a um título assim por parte de certos media norte americanos… ou como se costuma dizer : – “´touta compreender…”
… … …

FAKE NEWS !

Numa era Donald Trump apontar qualidades a uma aventura onde não apenas os mexicanos salvam o mundo e os Estados Unidos têm um Andy Garcia na presidência se calhar não era muito expectável. E nestes casos de bad-hype basta uma voz bem colocada para que manadas de outras reviews acompanhem a moda e casquem forte e feio em qualquer filme se calhar mesmo sem o terem visto como aconteceu com o fabuloso “JOHN CARTER“, actualmente já um case-study nos EUA no que toca a filmes trucidados ( por encomenda ) porque sim ( e porque era necessário ).

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E trucidar uma produção-catástrofe com o nome de Roland Emmerich associado a ele será sempre a coisa mais fácil que existe o que tornou [“GEOSTORM“] em pura carne para canhão para todos aqueles que não gostaram de certas perspectivas e opiniões apresentadas na história ( sobre o que é ser Americano ).
Sendo assim em vez de se atacar o conteúdo e tornar evidente de que não se gosta das conclusões dramatizadas na aventura, ataca-se o filme, o estilo de cinema, o habitual exagero histérico dos efeitos nestes casos e reduz-se a produção a mais um título tão descartável como se fosse apenas mais do mesmo quando [“GEOSTORM“] tem pormenores muito mais apetecíveis.

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Ainda por cima o argumento de [“GEOSTORM“] casca forte e feio em tudo o que são interesses económicos estabelecidos destinados a fazer a “America great again” e a própria máquina do estado é apresentada como altamente corruptível onde o American dream há muito foi pela sarjeta, onde os EUA são apontados como grandes responsáveis por incentivarem tudo o que é destrutivo para o planeta em termos ecológicos e onde nem escapa uma forte crítica ao militarismo gringo naquela ideia de que a América insiste em se armar na policia do mundo.
Claro que nada disto é subjectivo e até é bem in-your-face a todo o instante o que ainda fez certamente com que este filme se tivesse tornado imediatamente num alvo a abater por certo sector crítico.
Ás vezes as boas críticas não precisam de ser subtis e não será por correrem o risco de serem também rotuladas de populares que terão menos substância. Neste caso, [“GEOSTORM“] enquanto filme ultra-comercial puramente em estado pipoca não teve medo de passar a mensagem espetando-a bem nas fuças das audiências. Até porque hoje em dia muitas das manadas que acorrem aos cinemas bem precisam que algo lhes retire as trombas do ecrã de telemóvel mesmo durante as projecções dos filmes nas salas e esta aventura sci-fi realizada por Dean Devlin parece nem ter tido problemas em fazê-lo à bruta.

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O MELHOR FILME QUE EMMERICH NUNCA REALIZOU

Para minha grande surpresa eu adorei [“GEOSTORM“]. Não lhe atribuo uma classificação brutal porque isto não é própriamente o Casablanca dos filmes catástrofe enquanto objecto de cinema mas é sem sombra de dúvida o melhor filme catástrofe que Roland Emmerich felizmente nunca realizou !

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Dean Devlin, normalmente argumentista e produtor do cinema de Emmerich passou agora para frente da câmera e na minha opinião parece ter aprendido bem a lição no que toca a construir um bom divertimento que nem por um instante, ao contrário do que se disse por aí, cai nos erros que os filmes do mesmo género rodados por Emmerich costumam ter aos montes.

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Um filme pipoca em estilo cinema lixo catástrofe que consegue criar personagens com que nos importamos é quase um verdadeiro milagre e eu não estava nada à espera de sentir uma empatia com bonecos-tipo assim, isto porque a coisa mais comum no cinema de Emmerich costuma ser o total vazio a nível de caracterização humana e na minha opinião desta vez isso não acontece em [“GEOSTORM“].
Ao contrário de Emmerich,  Dean Devlin não perde tempo em excessivas telenovelas e despacha tudo com cenas mínimas e quase medidas ao segundo. A apresentação de personagens nesta aventura nunca se demora em cenas por demais longas e todo o filme tem um ritmo narrativo muito bom.

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Na verdade o – pacing – deste filme parece particularmente retro, pois toda a história apesar da pirotecnia visual moderna remete imenso para aquelas aventuras de ficção-científica ingénuas dos anos 50 onde o heroi era sempre aquele cientista que centralizava todas as questões e o argumento nunca se esquece de acompanhar sempre e apenas os instantes que interessam.
[“GEOSTORM“] não é bem o filme que muita gente esperava. Inclusivamente eu.
E por não ser o tipo de filme que parecia vir a ser depois também foi muito atacado nas reviews por isso mesmo. Preso por ter cão e preso por não ter.

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VINTAGE SCI-FI

[“GEOSTORM“] tem sido trucidado essencialmente por não ter sido um filme catástrofe baseado numa realidade puramente contemporânea. [“GEOSTORM“] não é como “2012” não se passa agora no “presente” mas sim num futuro próximo ( quem sabe num universo alternativo ) onde a humanidade está já um bocadinho mais avançada em tecnologia, já construiu enormes bases espaciais “cinemáticas” em órbita e é capaz de recorrer a satélites gigantes e escudos protectores que ajudam a curar o planeta.
[“GEOSTORM“] é portanto uma típica aventura sci-fi de antecipação e não o típico filme catástrofe no estilo “2012” mas ainda mais histérico que toda a gente julgava que ia ser.
Por isso mesmo, apesar do hype da publicidade as cenas de catástrofe que entram nesta aventura não são muitas, não são particularmente impressionantes ou originais e não são tão excessivas em duração ( destrutivas ou espectaculares ) como muita gente esperava que fossem.

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As cenas catástrofe em [“GEOSTORM“] não são o tal catástrofe-porno que muita review acusa de serem precisamente porque não se demoram e só existem para situar o contexto da aventura “de espionagem” central envolvendo os protagonistas. Ora num filme chamado [“GEOSTORM“] ter a tal tempestade global mais como pano de fundo do que como protagonista central foi algo que decepcionou logo muita gente no mundo das reviews, pois já se preparavam para gritar aos céus que isto ia ser mais outro “2012”.
Como não puderam fazê-lo mas já tinham certamente os textos previamente escritos e a ideia totalmente preconcebida sobre o que deveriam ir encontrar pela frente ( antes de verem o filme certamente ), nem se deram ao trabalho e lá foi disto. Escreveu-se sobre [“GEOSTORM“] como se este tivesse sido o tal filme que todos queriam que fosse e não sobre o que ele realmente é. Ou se calhar tendo em conta as opiniões focadas nesta história, falou-se mal por ser exactamente “o que é”.

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Mas o que [“GEOSTORM“] é, é mas é um daqueles sci-fi totalmente ingénuos no melhor espírito do cinema pipoca que não se leva a sério mas não deixa de ter uma coisa ou duas a comentar sobre o mundo actual e muito em particular sobre a Era Trump.
Desde o ambiente de pura fantasia tecnologica até ás aventuras que os protagonistas vivem em terra ou no espaço tudo em [“GEOSTORM“] remete para o cinema dos anos 50 dentro da ficção-científica. O filme mais do que cinema catástrofe é essencialmente uma aventura no espaço com astronautas ao melhor estilo clássico.
Os personagens funcionam porque Dean Devlin não se esforçou desesperadamente para que eles fossem melodramáticos ao contrário do que acontece nos filmes “semelhantes” de Emmerich quando era Devlin o produtor e só aqui nota-se logo uma evolução “no estilo”.

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THE DAY THE EARTH CAUGHT FIRE

As cenas de destruição mundial são poucas mas muito divertidas, o “mau/bom” CGI está usado da forma costumeira com os resultados habituais mas sempre eficazes, a parte de thriller politico na Terra embora previsível é divertida por isso mesmo, as aventuras no espaço são uma boa montanha russa de sequências ainda mais divertidas por serem tão braindead e [“GEOSTORM“] complementa tudo isto com um excelente set design que embora algo genérico não deixa de nos mostrar algumas localizações tecnológicas imponentes e com muita pinta. A estação espacial dos herois mais parece saída de um Star Wars no seu interior do que pertencer ao típico filme sobre o fim do mundo a que estamos habituados e pela forma como Devlin encenou todas as peripécias dos protagonistas também ficamos com a sensação de que não desperdiçou um milímetro dos cenários que construiu para o filme.

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Ainda parece que foi ontem que Dean Devlin era o jovem protagonista de um dos primeiros filmes de ficção-científica de Roland Emmerich, a excelente produção independente Alemã “MOON-44 / LUA 44” ( grande filme de culto dos video clubes VHS no final dos anos 80 por cá ) e é mesmo muito divertido vê-lo agora atrás das câmeras num projecto assim que vai beber tanta referência ao próprio cinema clássico de scifi ao melhor estilo “The Day the Earth Caught Fire” por exemplo.

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PRECONCEITOS

Resumindo, eu adorei [“GEOSTORM“]. Foi um dos filmes pipoca mais divertidos dentro deste género braindead que vi nos últimos tempos, corrige tudo o que costuma ser chato no cinema-catástrofe de Emmerich para nos dar um épico muito mais curto em duração que não deixa por isso de ter a duração certa para o seu conteúdo e por isso não se demora muito a ir embora também; deixando-nos desta vez com uma boa ligação aos personagens.

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Apesar do estilo Emmerich parecer evidente ( e por vezes se assemelhar ao pior de Michael Bay se virem apenas o trailer ) [“GEOSTORM“] é no entanto uma proposta visualmente espectacular bem mais contida e por isso mais interessante a todos os níveis.
Previsível, divertido e por vezes espectacular, é tudo o que muito cinema catástrofe de Emmerich nunca conseguiu ser em termos de equilíbrio narrativo e portanto para mim foi uma enorme surpresa.
Na verdade é apenas por puro preconceito que não lhe atribuo mais pontuação pois como filme pipoca este é um verdadeiro guilty-pleasure inesperado que certamente irei rever muitas vezes só para curtir o modo brainded.

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CLASSIFICAÇÃO

Para minha grande surpresa recomendo vivamente [“GEOSTORM“] se procuram algo simples para deixar o cérebro à porta e divertirem-se com o que esta aventura sci-fi propõe enquanto cinema de aventuras tecnológico. Agora…
Não esperem um filme-catástrofe, mas sim uma aventura no espaço.
Estilo 50s com estética moderna.

Quatro Planetas Saturno

  

Encontrar uma aventura assim com personagens cativantes também foi uma surpresa. Não são o supra-sumo da construção dramática mas ao menos não são bonecos de telenovela contrariamente ao que costuma acontecer em filmes do género.
E depois há o elenco. E Ed Harris…

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Moral da história, nunca ser uma ovelha obediente e nunca acreditar no que as reviews e no que o hype negativo das reviews e dos youtubers dizem sobre um filme, particularmente de uma aventura sci-fi. [“GEOSTORM“] não será propriamente o grande filme do género que “JOHN CARTER” foi mas não deixa por isso de ser menos divertido do principio ao fim

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A favor: é mais curto do que este tipo de filmes costumam ser, não se arrasta em apresentações secantes de personagens melodramáticos, tem um excelente ritmo narrativo, as sequências de aventura no espaço são por vezes entusiasmantes, o thriller politico na Terra também tem a sua piada por ser tão óbvio e básico como o raio, está carregado de referências politicas e sociais politicamente incorrectas daquelas mesmo boas para o clima Trump, o concept design tem momentos particularmente bons, parece uma aventura com um espírito totalmente anos 50 em muitos momentos.

Contra: quem já viu a Terra ser destruída mil vezes já viu isto antes, se procuram sci-fi hardcore esqueçam, as péssimas e totalmente ( subjectivamente ) injustas críticas que tem recebido por aí.

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NOTAS ADICIONAIS

TRAILER


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COMPRAR O BLURAY 3D
Já existe uma edição 3D à venda em Portugal mas é 10€ mais cara do que se comprarem o filme na Amazon Uk.

bluray

https://www.amazon.co.uk/Geostorm-Blu-ray-Digital-Download-Region/dp/B076BK7C36/ref=sr_1_fkmr1_1?ie=UTF8&qid=1518788319&sr=8-1-fkmr1&keywords=Geostorm+bluray+3d

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IMDb

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https://www.imdb.com/title/tt1981128

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1 thoughts on ““GEOSTORM” (“GEOSTORM” / “GEOSTORM TEMPESTADE GLOBAL”) Dean Devlin ( EUA) 2017

  1. Geostorm é um filme que vale a pena. Eu assisti no cinema e achei muito bom. Mais que filme de de ficção é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá.A Tempestade filme é uma historia cheia de incríveis personagens e cenas excelentes. Eu amei ver Gerard Butler no elenco acho que ele é dos atores mais reconhecidos de Hollywood que fazem uma grande atuação neste filme. É uma historia que vale a pena ver.

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